A República Federativa do Brasil não é nada federativa. Tradição que herdamos de Portugal. O poder centralizador da Coroa sempre nos seduziu. Algumas coisas resultaram de positivo, como a manutenção da nossa integridade e gigantismo territorial. Mas não muito mais…
Durante anos, o Rio de Janeiro deu as cartas. Agora é Brasília. Dela, os inúmeros e diferentes brasis recebem ordens, na forma de leis e decretos iguais para todos. Gaúchos e amapaenses, paulistas e pernambucanos, são tratados do mesmo jeito, embora vivam realidades bem distintas.
Entretanto, com o advento do malfadado vírus chinês, surgiu a oportunidade para que os governadores se libertassem um pouco e tratassem do problema específico dos seus estados.
Foi o que o governo procurou fazer. Ao distribuir vultosos recursos a estados e municípios, ele oportunizou que cada pedacinho de Brasil enfrentasse o grave problema. O vírus é o mesmo. As realidades locais, porém, são diferentes.
O governo tentou explicar isso, mas parece que não foi feliz. Pode ser, até, que tenha havido falha na comunicação.
A bem da verdade. o que houve realmente foi uma total má-vontade por parte dos principais órgãos de imprensa. Claro que eles entenderam muito bem qual foi a política adotada pelo governo. Mas trataram de distorcê-la.
Preferiram acusá-lo de omissão e inoperância. Pior: analistas do sistema Globo têm-no acusado de genocida.
Ora, bem sabemos que foram dois os mais cruéis regimes genocidas do mundo: o nazista e o comunista, com larga vantagem para este último.
Pois são bem eles – os comunistas – que, aqui no Brasil, empunhando o microfone da rádio CBN, têm acusado o Presidente Bolsonaro de genocida.
Absolvem todos os governadores, que receberam muita grana para resolver a questão, mas não têm conseguido. É óbvio que o problema é de difícil solução. Por isso mesmo, e com razão, governadores não são tratados como assassinos. Mas, sem razão alguma, condenam Bolsonaro.
O que mais admira é a sua total aversão ao uso da hidroxicloroquina. Segundo depoimentos de milhares de médicos, aliada a outras drogas, ela é, por enquanto, a única esperança para salvar vidas. Mas a Rede Globo continua aguardando uma solução milagrosa vinda da Organização Mundial de Saúde.
Se para alguma coisa está servindo esse terrível COVID, é para mostrar que temos que ser menos Brasília, menos Globo, e mais federação, pois todo brasileiro se orgulha do seu pedacinho de chão. E sabe, mais do que ninguém, o que é melhor para os seus conterrâneos, para o seu modo de viver.
O Brasil é um só, mas não é o mesmo. Parece que a Globo e suas emissoras ainda não entenderam isso. Elas, assim como Brasília, tentam impor suas ordens para todo o país.
O assunto na Globo também é um só: COVID. Que saudade do tempo em que ela era toda elogios para as belíssimas e superfaturadas arenas da Copa do Mundo!
SOMOS, ENFIM, FEDERATIVOS
Escrito por Hamilton BonatA bem da verdade. o que houve realmente foi uma total má-vontade por parte dos principais órgãos de imprensa. Claro que eles entenderam muito bem qual foi a política adotada pelo governo. Mas trataram de distorcê-la.

Hamilton Bonat
Hamilton Bonat nasceu em Curitiba. De 1965 a 1971, estudou em regime de internato, inicialmente em Campinas (SP) e, posteriormente, em Resende (RJ). Em 2001 foi promovido a General-de-Brigada, posto no qual passou para a reserva.
Foi assistente do Chefe do Estado-Maior do Exército, assistente especial do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, instrutor da Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea, assessor parlamentar junto à Assembléia Legislativa do Paraná e chefiou a seção de comunicação social da 5ª Divisão de Exército.
Como Coronel, comandou o 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (Caxias do Sul). Como General, comandou a 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea (Guarujá), foi Diretor de Especialização e Extensão (Rio de Janeiro) e Adido Militar nos Estados Unidos da América e no Canadá.
Além dos cursos militares normais, que lhe asseguraram o título de Doutor em Ciências Militares, freqüentou cursos e estágios de comunicação social, da tecnologia da informação, da ADESG e, na França, o curso de capitães de artilharia antiaérea.
Das condecorações e títulos que recebeu, destacam-se a Ordem do Mérito Militar, Aeronáutico e das Forças Armadas, a medalha do Monumento Nacional ao Imigrante (Prefeitura de Caxias do Sul), Cidadão Honorário de Guarujá e Vulto Emérito de Curitiba.
É autor de “Sessenta Crônicas” (2009), “Mãe de Candidato” (2011), “Túneis, Tatus e Ora Bolas!” (2013), “Ciscos e Franciscos” (2015) e “O que penso, escrevo e digo por aí” (2018), todos publicados pela Editora Íthala.
É membro efetivo da Academia de Cultura de Curitiba.
Em novembro de 2014 assumiu a Cadeira de número 19 da Academia de Letras José de Alencar, cujo Patrono é Emílio de Menezes.
Em 2016 foi agraciado com o Troféu Inspiração, da Academia de Letras José de Alencar.
Conta mais de 300 crônicas publicadas em jornais e revistas.
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